Iniciamos o mês de Maio elevando os olhos até ao coração da Virgem Maria, já que é o "seu mês", e suplicando a ela que nos ajude a mergulhar, com muita fé, no Coração de seu Divino Filho, os dolorosos "por quês" que ora pesam tanto dentro do nosso coração: diante das tragédias que se abateram sobre Niterói, S. Gonçalo, Maricá e outras áreas da nossa Arquidiocese, ceifando tantas vidas, deixando tantas Famílias desabrigadas, em meio a tanto sofrimento, derramamos o nosso coração diante do Senhor e a Ele confiamos o nosso "por quê" meu Deus?
Diante de uma Igreja perplexa e aflita, vemos a Mídia moderna orquestrando as falhas de alguns sacerdotes, buscando destruir a credibilidade da Igreja Católica no Mundo, atacando diretamente a veneranda e augusta pessoa do Santo Padre de maneira profundamente desrespeitosa e agressiva. E o nosso coração novamente derrama diante do Senhor o nosso "por quê meu Deus?" De certa forma estas questões nos mergulham no imenso Mistério de Amor que foi a Paixão Redentora, dentro do qual encontramos o não menos misterioso grito do próprio Senhor Jesus no momento de sua agonia extrema, pregado na cruz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"(SI 21,2)
No silêncio de seu coração, a Santa Mãe de Deus escutou este grito do filho, e com Ele fez seu ato de fé no silêncio do Pai, que naquela hora nada respondeu... A resposta do Pai veio três dias depois: a vitoriosa Ressurreição do Senhor! Também nós, nos dias atuais, precisamos nos abandonar com confiança nas mãos deste Pai Amoroso, meditando sobre aquela palavra do Senhor Jesus: "Não se perturbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em Mim!" Creio que a missão do Espírito Santo em cada um de nós, neste contexto em que vivemos, seja a de nos encorajar a este abandono confiante e sereno, aguardando a hora em que o Pai nos permitirá ver a "luz no fundo do túnel".
Mas, maravilhosamente, é o próprio Papa Bento XVI quem nos fala com serena confiança: "Deus, enquanto Homem, pode ser chamado por nós e está perto de nós. Ele é um de nós, sem deixar de ser o Deus eterno e infinito. O seu amor sai, por assim dizer, d Ele mesmo e entra em nós. O mistério eucarístico, a presença do Senhor sob as espécies do pão e do vinho é a máxima e mais alta condensação deste novo estar-conosco de Deus.” (Homilia na Missa da Ceia do Senhor, em S. João do Latrão, em 1º de abril pp.). Que forte testemunho de fé contem estas palavras do Papa! Uma vez mais ele surge diante de todos nós com a envergadura de um gigante espiritual, com a serenidade de um homem cheio do Espírito Santo de Deus, muito acima das agitações ideológicas laicistas que buscam, a todo custo, manchar a figura apostólica do Sucessor de Pedro, para destruir a própria Igreja de Cristo! Com a força desta Fé que enche seu coração de Pastor Universal, o Santo Padre também nos tem convocado a buscar uma maior santidade de vida e de costumes, que nos permita sinalizar a este Mundo tresloucado e violento, as verdadeiras esperanças, aquelas que somente o Senhor nos pode dar. Creio que as celebrações do Jubileu de Ouro da nossa Arquidiocese, na Vigília da Solenidade de Pentecostes nos propiciarão o ambiente adequado para assumirmos, diante d Ele, deste Amado Senhor, nosso firme propósito de invocar o Espírito Santo para que Ele abrase nossos corações e nos torne discípulos missionários verdadeiramente santos e fiéis ao Evangelho.
Ajude-nos a Virgem Maria, Santa Mãe de Deus, a trilhar estas sendas com a firmeza de homens e mulheres de Fé, sem medo dos desafios e dos confrontos com o Mundo moderno, como homens e mulheres que sabem "em quem depositaram sua confiança!".
+ D. Fr. Alano Maria Pena OPArcebispo Metropolitano de Niterói
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