quinta-feira, 29 de abril de 2010

Santa Catarina de Sena

29 de abril

Catarina de Siena (25 de Março 1347 - 29 de Abril 1380) foi uma leiga da Ordem Terceira de São Domingos, venerada como Santa Catarina na Igreja Católica. Catarina de Siena foi ainda uma personagem influente no Grande Cisma do Ocidente.
Catarina nasceu em Siena, Itália no dia 25 de março do ano 1347, sendo a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo di Benincasa. Os seus pais eram burgueses comerciantes, com forte sentido religioso e familiar, próprio do seu tempo.
Aos 7 anos de idade Catarina consagrou a sua virgindade a Cristo e aos 15 ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Catarina encarou a sua clausura com seriedade e vivia encerrada no seu próprio quarto, onde, por intermédio da oração e diálogo afirmava que estava sempre com e em Cristo. Catarina abandonou a sua cela somente em 1374, quando a peste se alastrou por toda a Europa e ela decidiu cuidar dos enfermos e abandonados, tendo praticado grandes actos de caridade. Nesse mesmo ano (1374), recebeu uma visão e ficou estigmatizada. Na visão Cristo lhe disse de d'ora em diante ela trabalharia pela paz, e mostraria a todos que uma mulher fraca pode envergonhar o orgulho dos fortes.
No ano 1376, quando toda a Itália estava envolvida em graves disputas políticas à volta do papado, organizaram-se nas cidades de Peruggia, Florença, Pisa e em toda a Toscânia milícias e revoltas contra o poder político do Papa Gregório XI. Catarina decidiu seguir até Avinhão, cidade onde os papas viviam desde há mais de 70 anos, e apresentar-se diante do mesmo para o convencer a regressar a Roma, pois que tal seria fundamental para a unidade da Igreja e pacificação da Itália. Tendo obtido esse grande sucesso em 1378, voltou para sua cidade, onde adoeceu e faleceu em 29 de Abril de 1380, dia em que se comemora a sua memória litúrgica. Tal sucesso foi no entanto de pouca duração, pois que a eleição seguinte tornou a mergulhar a cristandade em nova divisão: o Grande Cisma do Ocidente.
Embora analfabeta, Catarina ditou mais de 300 cartas endereçadas a todo o tipo de pessoas, desde papas, aos reis e líderes, como também ao povo humilde, onde lutava pela unificação da Igreja e a pacificação dos Estados Papais. Uma das suas obras ditadas, Diálogo sobre a Divina Providência, é um livro ainda hoje considerado um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e uma exposição clara de suas ideias teológicas e espiritualdiade.
Em 1970, o Papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja, sendo a única leiga a obter esta distinção. O Papa João Paulo II declarou-a co-padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.

domingo, 25 de abril de 2010

Bom Pastor

Jesus é o Bom Pastor

A descrição que nos oferece o Evangelho de João sobre Jesus como o Bom Pastor pretende afirmar que a promessa de Deus, anunciada pelo profeta Ezequiel se cumpre em Jesus.

Em Ez 34,1-10, o profeta anuncia a palavra de Deus contra os pastores mercenários. Na comparação do profeta, pastores são também as autoridades políticas, o rebanho é o povo, que pertence exclusivamente a Deus. A função do pastor é cuidar do rebanho em todos os sentidos, principalmente defendê-lo diante dos lobos. O que acontece, porém? Muitas autoridades políticas, em vez de cuidarem do povo, preocupam-se unicamente com seus próprios interesses; em vez de servirem ao povo, elas o usam em proveito próprio; em vez de defenderem o rebanho, elas o entregam aos inimigos. Na visão do profeta, a ruína da nação é culpa das autoridades que a governam.

Será que não podemos atualizar com a recente tragédia do Rio de Janeiro e de Niterói?

Jesus declara: “Eu sou o bom pastor”, isto é, aquele que liberta o povo para uma vida em abundância.

A expressão “eu sou” remonta ao texto do livro do Êxodo, no qual Deus se deu a conhecer a Moisés na época da libertação da escravidão no Egito.

A relação de Jesus com as ovelhas é uma relação de reciprocidade: as ovelhas escutam a voz do pastor. “Eu mesmo irei buscar as minhas ovelhas e as reunirei”. É Ele quem dá a sua vida pelas ovelhas, uma por uma, Ele as chama pelo nome. A comunhão se concretiza pelo seguimento. Somos o seu rebanho. A nossa resposta é que faz a diferença para o pastor.

Àqueles que seguem o pastor, lhes será dada a vida eterna. Ele não é como os pastores mercenários, é o pastor que conhece suas ovelhas e que dá a vida.

Jesus é a porta para a vida. Ele chama. Ele espera, mas cada um de nós é que deve caminhar e transpor essa porta.

Jesus é o pastor, as ovelhas são os discípulos e o povo, que o ouvem e o seguem. Os homens reconhecem a Jesus como o enviado de Deus porque Ele salva e conduz à vida. Ele veio para dar vida aos homens. Ele dá a vida eterna que já se concretiza na fé o único salvador e mediador para a vida.

E sua missão é universal: “Tenho outras ovelhas que não são deste redil, também a estas devo conduzir e elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.”

Este projeto de libertação continua hoje no mundo, através de pessoas engajadas que estendem ao infinito as fronteiras da fé e adesão a esse pastor. Quem se compromete sofre tribulações, como Ele sofreu, mas a certeza de que ninguém poderá tirar nada de sua mão fortalece, dando esperança e coragem.

No mundo caótico em que vivemos, cheio de muitos pastores mercenários, que só querem levar vantagem, cheio de lobos ávidos de poder, força e “status”, cabe ao cristão, seguidor de Cristo, ser a verdadeira ovelha do Bom Pastor e participar com Ele da busca, da orientação, do cuidado para que se realize o que Ele preconizou: “haverá um só rebanho e um só pastor”.

Na família, no bairro, na comunidade, nos acontecimentos da nação e do mundo, podemos agir de acordo com os ditames do nosso Bom Pastor, trazendo para o nosso “redil” aqueles que, por qualquer motivo estejam afastados. Ele virá recolher o seu imenso rebanho e o levará para a plenitude da vida eterna. E que, neste domingo do Bom Pastor, vamos pedir santas vocações para a vida ministerial, religiosa e consagrada e, mais do que isso, rezar pelo Papa Bento XVI, a quem reafirmamos ser o “Pedro de hoje” no mundo em que vivemos, amém!


Dom Eurico dos Santos Veloso

http://www.cnbb.org.br

A Voz do Pastor

Abril 2010

O Senhor ressuscitou, Aleluia!
Esta vibrante exclamação da liturgia católica ilumina e dá uma nova dimensão à vida de todos quando celebramos e vivemos, com intensidade, os Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus. Com efeito, o clima pascal leva ao âmago do nosso ser a energia espiritual que nos motiva a buscar, com renovado empenho, uma experiência mais radical da Pessoa Divina do Senhor Jesus Cristo.
Banhados no Sangue derramado por amor no altar da Cruz, quebram-se dentro de nossos corações as mais resistentes e endurecidas amarras dos vícios e pecados que tentam incutir em nossa mente os princípios vazios de uma conduta materialista e hedonista, afastada de Deus e da vivencia da Fé.
Neste contexto pascal reveste-se de uma significativa atualidade o texto da Conferência Episcopal Latino-americana e Caribenha, realizado em Aparecida, S.Paulo, em maio de 2007, que assim nos fala: "Nossa maior ameaça “é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez" (palavras do então Cardeal Ratzinger aos Presidentes das Comissões Episcopais da América Latina para a doutrina da fé, em 1.11.96, no México). Com esta advertência tão clara, o mencionado texto conclui: "A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que "não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que da um novo horizonte a vida e, com isso, uma orientação decisiva". (citação da Encíclica "Deus caritas est" - Deus é Amor, de Bento XVI).
É justamente na vivência destes Sagrados Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, que somos tocados interiormente por este amado Senhor, e a partir daí somos conduzidos pelo Espírito Santo a uma verdadeira renovação interior, aquela que S.Paulo nos propõe tão fortemente na Carta aos Efésios, cap.4, vv.21-23: “... se realmente O ouvistes, e como é a verdade em Jesus, n Ele fostes ensinados a remover o vosso modo de vida anterior - o homem velho que se corrompe ao sabor das concupiscências enganosas e a renovar-vos pela transformação espiritual da vossa mente, e revestir-vos do Homem Novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade"
Eis o itinerário que se abre diante de cada batizado nestes dias pascais, se acolhemos verdadeiramente o Ressuscitado em nosso coração, em nossa vida. No coração deste itinerário está o que João Paulo II, de saudosa memória, definiu como o "diálogo de amor", isto é, a oração, que deve "progredir até tornar a pessoa humana totalmente possuída pelo Amante divino, sensível ao toque do Espírito, abandonada filialmente no coração do Pai” (Carta sobre o Início do Novo Milênio, nº33). João Paulo II cita as palavras fortes, interpelativas do Senhor. "Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo.14,21).
É a partir desta experiência do Senhor que se abrem em nosso espírito as luzes de um novo modo de ser e de agir, nas mínimas situações do dia-a-dia, seja na vida familiar, na vida profissional, nos mais diversos setores do nosso agir, seja na própria vivência da nossa fé e das celebrações desta mesma fé.
Assim foi com os Doze Apóstolos, ao encontrarem o Senhor ressuscitado! Tudo, absolutamente tudo mudou na vida de cada um e, ao receberem a unção do Espírito Santo, por Ele, "afogueados", saíram pelo mundo afora, pregando o Evangelho da Vida, até selarem com o próprio sangue o seu testemunho de Jesus Cristo.
Assim, também, precisa acontecer com todos nós, católicos de hoje, pastores e fiéis, a quem o Ressuscitado chamou, ungiu com amor e nos quer radicalmente um Homem Novo, para dar testemunho d Ele em meio as duras tribulações que sacodem a Barca de Pedro, a Santa Igreja nos dias atuais.
Mas Ele ressuscitou, Ele venceu o Mal, Ele está vivo e conduz sua Igreja, purificando-a pelos sofrimentos, para que nela brilhe com renovado esplendor, o Mistério da Santidade e da Verdade.
Que a Santíssima Virgem, que com tanta alegria e júbilo encontrou o Filho Ressuscitado, nos ajude a perceber, com firme lucidez, que diante das acusações de pecado há que se contrapor o viço e o brilho da santidade! FELIZ PÁSCOA!

+ D. Fr. Alano Maria Pena OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

Palavras de D. Roberto

Abril 2010

Tem-se divulgado que o analfabetismo no Brasil foi reduzido a um 10% da população. Cifra que, no entanto deve ser aumentada com um 24% de analfabetos funcionais (pessoas que não sabem interpretar e compreender um texto simples) o que leva a pensar que quase 35% da população não conseguem decodificar a informação e entender o que é passado nos Meios de Comunicação Social dando um aspecto muito amplo para a manipulação e programação subliminar das pessoas. Mas ainda a maior preocupação é para nós cristãos, o analfabetismo espiritual, pessoas incapazes de transcender o material, descobrindo o sentido da vida; a vocação que nos leva a conhecer, amar e adorar a Deus.
O analfabetismo espiritual nos tolhe da visão do infinito, do horizonte da vida interior, nos reduz a dependência dos sentidos e a fruição de prazeres efêmeros. O analfabeto espiritual vive imerso no ateísmo prático; no egocentrismo, são prisioneiros do ventre segundo São Paulo; incapazes de elevar o seu pensamento e seu coração a Deus.
A maior pobreza e miséria deste mundo é pertencer a multidão dos “sem Deus” porque sem o absoluto ficamos totalmente a deriva, sem bússola, tomados pelo relativismo moral e pelo materialismo hedonista que se equipara a animalidade bruta.
Que na semana da paixão e da misericórdia divina, a cruz bendita possa tocar a alma de tantos irmãos que perderam o rumo, se desviaram do caminho e possam reencontrar como o filho pródigo a casa do Pai; a ternura e a bondade de Jesus o Redentor que derrama seu preciosíssimo sangue para nos libertar e nos restaurar, salvando-nos do vazio e da morte eterna. Glória, Poder e Louvor a Jesus nosso Rei e Senhor!

+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói

sexta-feira, 23 de abril de 2010

São Jorge Mártir


Devotos no mundo inteiro comemoram no dia 23 de abril, o Dia de São Jorge, o santo padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Catalunha, dos soldados, dos escoteiros e celebrado em canções populares de Caetano. No oriente, São Jorge é venerado desde o século IV e recebeu o honroso título de "Grande Mártir". No Ocidente, na Idade Média, as Cruzadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como Patrono da Cavalaria.
Embora muitos considerem que sua história não passe de um mito e outros até mesmo acreditem que o santo tenha sido caçado pela Igreja Católica, o martírio de São Jorge e o seu culto continuam sendo reconhecidos pelo catolicismo. A lenda do guerreiro que matou o dragão havia sido rejeitada no século 5 por um concílio, mas persistiu e ganhou enorme popularidade no tempo das Cruzadas. "A imagem atual é fruto de uma lenda. Isso não quer dizer, no entanto, que esse santo não existiu e que o martírio dele não foi significativo", diz o monsenhor Arnaldo Beltrami, vigário episcopal de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. No dia 9 de Maio de 1969, a observância do Dia de São Jorge tornou-se opcional, com a reforma do calendário litúrgico, realizada pelo papa Paulo VI. A reforma retirou do calendário litúrgico as comemorações dos santos dos quais não havia documentação histórica, mas apenas relatos tradicionais. Daí ter-se falado, naquele tempo, em "cassação de santos". Mas o fato da celebração do Dia de São Jorge tornar-se opcional não significa o não reconhecimento do santo.
São Jorge é o padroeiro da Inglaterra
O "Santo Guerreiro" é também o padroeiro da Inglaterra, de Portugal e da Catalunha (região da Espanha que reivindica identidade nacional, onde se localiza Barcelona). Não há consenso, porém, a respeito da maneira como teria se tornado patrono da Inglaterra. Seu nome era conhecido na Inglaterra e na Irlanda muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que retornavam das Cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade. Acredita-se que o santo tenha sido escolhido o padroeiro do reino quando o rei Eduardo III fundou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. Em 1415, a data de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país. Em 1970, a festa anual do santo nas igrejas católicas foi tornada opcional, com a reforma do papa Paulo VI. Entretanto, na Inglaterra e em outros lugares onde São Jorge é especialmente venerado, tal festa guarda ainda toda a sua antiga solenidade. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país.
As artes, também, divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem diversos quadros célebres, como o de autoria de Donatello (1386-1466).
A arte figurou São Jorge de muitas maneiras. Entre nós, prevalece a representação dele na sua contra o dragão. A Umbanda apoderou-se desta representação, explorando a lenda e o culto. Seria de lamentar, se os católicos, na sua devoção a São Jorge, matador do dragão, não vissem em tal imagem o símbolo da proteção divina contra os assaltos dos inimigos da vida cristã. Sisse a propósito o apóstolo São Pedro disse: "Vosso adversário, o demonio, anda em redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar! Resisti-lhe fortes na fé!".

Eis o trabalho que nos espera na imitação do grande lutador que foi São Jorge, na defesa da fé.

Oração a São Jorge
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por nós!

(Paróquia São Jorge Mártir - Santos-SP)