Igreja celebra Dia Mundial do Doente
Apelos contra a solidão e a marginalização de quem enfrenta as situações mais graves nas preocupações da comissão portuguesa
Apelos contra a solidão e a marginalização de quem enfrenta as situações mais graves nas preocupações da comissão portuguesa
Lisboa, 11 Fev (Ecclesia) - A Igreja Católica celebra hoje o Dia Mundial do Doente, este ano concentrada particularmente na questão da solidão, seguindo a orientação deixada por Bento XVI na sua mensagem para esta ocasião para que ninguém seja “esquecido ou marginalizado”.
“Se cada homem é nosso irmão, tanto mais o fraco, aquele que sofre e aquele que precisa de cuidados no campo da saúde deve estar no centro da nossa atenção, para que nenhum deles se sinta esquecido ou marginalizado”, escreve o Papa.
Em Portugal, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde (CNPS) adoptou como lema da celebração «Acompanhar a pessoa doente, um desafio para o cristão».
O coordenador nacional da CNPS, padre Vítor Feytor Pinto, explica à ECCLESIA que “a primeira coisa” que é necessária neste campo é o “acompanhamento global” da pessoa doente, oferecendo “elementos de companhia” e não apenas tratamentos médicos.
“Seja quem for, merece da parte dos cristãos uma presença e não o desprezo da solidão, porque o drama maior do homem contemporâneo é a solidão”, alerta.
Um documento publicado no site oficial da CNPS fala numa “sociedade onde se multiplicam leis a excluir os que são incómodos”, alertando que “o abandono e, até, a eutanásia, começam a ser uma escolha estranha, perante os doentes mais graves”.
“Ao cristão é pedida uma presença continuada que contrarie o isolamento, abra as portas ao jogo de afectos, indispensável à qualidade de vida”, pode ler-se.
Na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente, Bento XVI afirma que uma sociedade que não aceita as pessoas que sofrem e não é “capaz de contribuir mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja partilhado” é uma sociedade “cruel e desumana”.
“A medida da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com aquele que sofre”, assegura.
O Papa convida a reflectir sobre o tema «pelas suas chagas fostes curados», numa alusão às feridas provocadas pelas crucifixão e morte a Jesus, como forma de ver, com esperança, os males que afligem a humanidade.
“Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas venceu-os na raiz. À prepotência do mal opôs a omnipotência do seu amor”, pode ler-se.
Bento XVI recorda a sua visita a Turim, em Maio de 2010, e a paragem diante do Santo Sudário, para dizer que muitas vezes a Paixão, a Cruz de Jesus parecem ser a negação da vida.
“A Cruz é o sim de Deus ao homem, a expressão mais alta e mais intensa do seu amor e a fonte donde brota a vida eterna”, explica
O Papa dirige uma saudação aos que se dedicam “a cuidar e a aliviar as chagas de cada irmão ou irmã doentes, nos hospitais ou casa de cura, nas famílias”.
“Nos rostos dos doentes, sabei ver sempre o rosto dos rostos: o de Cristo”, apela.
O Dia Mundial do Doente é celebrado anualmente pela Igreja Católica na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, que assinala as aparições a Bernardette Soubirous, em 1858, as quais levaram a um movimento de oração e caridade com atenção particular aos que estavam em situação de doença.
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