sexta-feira, 14 de maio de 2010

São Matias

14 do maio
Matias é um nome freqüente entre os hebreus e quer dizer “dom de Deus”.

É o apóstolo que recebeu como dom o grande privilégio de ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes.

A sua eleição foi mediante sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro, que em poucas palavras fixou os três requisitos para o ministério apostólico: pertencer aos que seguiam Jesus desde o começo, ser chamado e enviado: “É necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne conosco testemunha de sua ressurreição.”
Matias esteve portanto constantemente próximo a Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente razão de ser do cristianismo. Matias portanto viveu com os onze o milagre de Páscoa e poderá com todo o direito anunciar Cristo ao mundo, como espectador da vida e da obra de Cristo “desde o batismo de João.” Também a segunda e a terceira condições, ser divinamente chamado e enviado, estão claramente expressos pela oração do colégio apostólico: “Senhor, tu que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolheste para ocupar neste ministério e apostolado, o lugar que Judas abandonou para seguir o seu destino”.

A eleição de Matias por sorteio pode causar-nos espanto. Tirar a sorte para conhecer a divina vontade é um método muito conhecido na Sagrada Escritura. A própria divisão da terra prometida foi mediante sorteio; e os apóstolos julgaram oportuna a conformidade com esse costume. Entre os dois candidatos propostos pela comunidade cristã, José filho de Sabá, cognominado o Justo, e Matias, a escolha caiu sobre este último.

O novo apóstolo, cujo nome brilha na Escritura somente no instante da eleição, viveu com os onze a fulgurante experiência de Pentecostes antes de encaminhar-se, como os outros pelo mundo afora a anunciar “a glória do Senhor.”
Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu como mártir ou de morte natural, pois as narrações a seu respeito pertencem aos escritos apócrifos. À tradição da morte por decapitação com um machado se liga o seu patrocínio especial aos açogueiros e carpinteiros. Sua festa celebrada por muito tempo a 24 de fevereiro, para evitar o período quaresmal foi fixada pelo novo calendário a 14 de maio, data certamente mais próxima do dia da sua eleição.

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