FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
A festa do Divino, como hoje é realizada em nossa Paróquia, teve origem em Portugal, ainda na época da Monarquia. O rei não podendo ir todas às vezes visitar as Ilhas da madeira, Cabo Verde, etc. durante as festas, enviava o Imperador da Coroa, que ia em seu lugar, levando a Coroa para representá-lo.
Nessas ocasiões, que eram de muitas festas, essas colônias portuguesas recebiam o Imperador da Coroa ornamentadas com bandeiras e fitas espalhadas nas comunidades.
Desse fato, a tradição da Igreja aproveitou para transformar a Coroa em Coroa do Cristo Rei, encimada pela Pomba, símbolo do Espírito Santo. As bandeiras e fitas espalhadas nas comunidades passaram então, a serem símbolo do Espírito Santo também.
É importante salientar que as bandeiras passaram a ter também, a Pomba como símbolo do Espírito Santo, no alto de seus mastros e a cor vermelha, lembrando o fogo, a forma como o Espírito Santo se apresentou aos apóstolos, reunidos com Maria no Cenáculo no dia de Pentecostes. A outra forma como ele se apresentou foi como Pomba no Batismo de Jesus por João Batista, mas Ele se apresenta de muitas outras formas, o importante, entretanto, é lembrarmos sua presença constante entre nós, e por isso pintarmos a figura da Pomba nas bandeiras.
As fitas de diferentes cores que faziam parte da ornamentação passaram então a representar os diversos dons do Espírito Santo e foram colocadas nos mastros das bandeiras.
É necessário ressaltar que a Coroa, as bandeiras e as Fitas são símbolos do Espírito Santo, e não o próprio Espírito Santo. São diferentes, portanto, da Hóstia Consagrada, que é o próprio Corpo de Cristo.
A Bandeira é como se fosse a Bandeira do Brasil, não é o Brasil, mas representa o Brasil, da mesma forma esta Bandeira Vermelha não é o Espírito Santo, mas O representa.
À Hóstia Consagrada nós devemos adorar, mas aos símbolos do Espírito Santo devemos ter veneração e respeito, como a nossa Bandeira Brasileira.
Atualmente em nossa Paróquia a tradição permanece existindo. As bandeiras visitam não só o centro da cidade, mas também as casas das comunidades, dos bairros mais afastados, levadas pelos casais de mordomos. Anualmente, no domingo de Pentecostes é sorteado pelo pároco o Imperador da Coroa, entre os mordomos. O Imperador novo deixa então de ser mordomo, e o antigo Imperador não faz mais parte do grupo. Um novo mordomo é então indicado para mordomo com a provação do pároco, para completar o grupo
Essa tradição da Festa do Divino foi trazida pelos imigrantes portugueses inclusive para Cabo Frio.
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