Estes versículos extraídos da Carta aos Romanos inspiraram ao Papa Bento XVI na sua mensagem sobre o tempo de Quaresma 2010, focalizando o tema da justiça. De veras é necessário um itinerário de conversão quaresmal abrir-se para a justiça maior do Reino de Deus. A justiça – sedaká em hebraico é mais que o comprimento da lei ou do respeito a um determinado ordenamento jurídico; ele é a busca da santidade, da vontade de Deus para com o ser humano.
A justiça nasce de uma harmonia e relação equitativa dos deveres para com Deus, os homens e mulheres e a própria natureza. Na mentalidade hodierna do laicismo contemporâneo e seu sucedâneo o relativismo pragmático não existe o justo, apenas a norma decorrente de um consensualismo mínimo do que a sociedade combinou ou consentiu para conviver e evitar os conflitos. Ao esquecer os direitos e a soberania de Deus o direito se torna estranho a si mesmo, num direito sem absolutos, sem parâmetros perenes; sem valores eternos, a expressão efêmera de uma sociedade sem pai e sem verdadeira lei.
Quaresma é reconhecer a onipotência do amor e da misericórdia divina e assumir nossa dependência criatural para com o pai; desvendar a verdade existencial que somos pó, mas um pó amado e insuflado pelo Espírito de Deus. Que nossa felicidade estará ou se escorará na fidelidade à vocação humana e divina de servir e amar a Deus. Pois é da filiação divina que decorre toda nossa dignidade de pessoas humanas – imago Dei – que detentam a missão de cuidar e gerenciar a terra, com atenção amorosa e ternura, gerando a civitas amoris, a cultura do dom, do dar-se; único caminho para construir uma sociedade justa e fraterna, uma economia de comunhão ao serviço da vida.
+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói
A justiça nasce de uma harmonia e relação equitativa dos deveres para com Deus, os homens e mulheres e a própria natureza. Na mentalidade hodierna do laicismo contemporâneo e seu sucedâneo o relativismo pragmático não existe o justo, apenas a norma decorrente de um consensualismo mínimo do que a sociedade combinou ou consentiu para conviver e evitar os conflitos. Ao esquecer os direitos e a soberania de Deus o direito se torna estranho a si mesmo, num direito sem absolutos, sem parâmetros perenes; sem valores eternos, a expressão efêmera de uma sociedade sem pai e sem verdadeira lei.
Quaresma é reconhecer a onipotência do amor e da misericórdia divina e assumir nossa dependência criatural para com o pai; desvendar a verdade existencial que somos pó, mas um pó amado e insuflado pelo Espírito de Deus. Que nossa felicidade estará ou se escorará na fidelidade à vocação humana e divina de servir e amar a Deus. Pois é da filiação divina que decorre toda nossa dignidade de pessoas humanas – imago Dei – que detentam a missão de cuidar e gerenciar a terra, com atenção amorosa e ternura, gerando a civitas amoris, a cultura do dom, do dar-se; único caminho para construir uma sociedade justa e fraterna, uma economia de comunhão ao serviço da vida.
+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói
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