terça-feira, 26 de janeiro de 2010

São Timóteo e São Tito

26 de janeiro

São Timóteo

Timóteo nasceu em Listra, na Licaônia. O pai era pagão, casado com uma hebréia, de nome Eunice, mãe de Timóteo. Eunice abraçou a religião de Cristo, quando São Paulo esteve em Listra. De sua mãe Timóteo recebeu o espírito cristão. Na sua segunda chegada a Listra, São Paulo levou consigo o jovem Timóteo, na travessia pela Ásia Menor. Timóteo tinha então apenas 20 anos. Os dois Apóstolos passaram pela Macedônia, pregaram aos Tessalonicenses, aos Filipenses e aos Beroenses. Os judeus expulsaram a São Paulo e ficou Timóteo continuando a obra da pregação. Mais tarde o vemos em Atenas, para onde o mestre o tinha mandado. Uma cruel perseguição, que viera sobre os cristãos em Tessalônica, fez com que Timóteo para lá voltasse, para confortar e consolar os irmãos em Cristo. De Tessalônica se dirigiu a Corinto, onde novamente se encontrou com São Paulo. Coincide com esta época a composição da epístola de São Paulo aos Tessalonicenses. De Corinto continuaram a viagem e chegaram a Jerusalém e Éfeso. São Paulo mandou Timóteo e Erasto para Macedônia, com a ordem de arrecadar subsídios para os cristãos perseguidos em Jerusalém.
Havendo-se introduzido abusos na Igreja de Corinto, para lá voltou Timóteo, acompanhado de uma carta recomendatícia do mestre. (I Cor. 16, 10). Este o esperou na Ásia, para depois em sua companhia ir a Macedônia e Acáia. Voltando para a Palestina, o Apóstolo foi preso e passou dois anos na prisão. É provável que Timóteo tenha sido seu companheiro nesta nova provação. Paulo foi levado para Roma e Timóteo posto em liberdade. Quando Paulo voltou de Roma, Timóteo já era bispo, e nesta qualidade foi pelo mestre mandado para Éfeso, donde devia governar a Igreja da Ásia Menor.
Paulo achava-se na Macedônia, quando escreveu a I.ª epístola a Timóteo. Uma segunda foi escrita em Roma, em 65. Ambas as epístolas são documentos preciosíssimos, em que o grande Apóstolo revela a amizade que o ligava ao discípulo. Convida-o com muito empenho para que o visite em Roma e lhe dê a satisfação de vê-lo mais uma vez, antes de morrer; dá-lhe instruções úteis sobre o modo como se deve haver com os hereges; prediz novas heresias e suas conseqüências, (2 Tim. 31, 2).
Das epístolas de São Paulo deduzimos que Timóteo era muito mortificado. Sofrendo de fraqueza de estômago, o mestre aconselhava-o tomar de vez em quando um pouco de vinho.
São Timóteo é considerado primeiro Bispo de Éfeso, que lá se achava quando chegou São João Evangelista para assumir a direção das Igrejas da Ásia.
As atas do martírio de São Timóteo, que datam do quinto ou sexto século, dizem da sua morte o seguinte: No ano de 97, quando era imperador Nerva, os pagãos fizeram uma grande festa em homenagem aos deuses, e nesta ocasião organizaram um préstito, cometendo muitas indignidades. Timóteo, vendo esta abominação, pôs-se no meio dos idólatras e verberou-lhes energicamente o procedimento escandaloso. Esta franqueza apostólica provocou uma ira tal da parte dos pagãos, que se precipitaram contra ele e o mataram a pedradas e pauladas.

São Tito
Tito, cujo nome é de origem latina, era grego e pagão (cf. Gl 2, 3). Ainda jovem se converteu ao cristianismo, foi batizado pelo Apóstolo São Paulo e se tornou companheiro e inestimável colaborador do apóstolo. Quando Paulo disse a Tito: «Isto deves ensinar, recomendar e reprovar com toda autoridade», fez surgir um outro grande evangelizador, que permaneceu trabalhando ao seu lado. Encarregado pelo apóstolo para executar importantes missões, foi uma vez a Jerusalém para entregar a importância duma coleta em favor dos cristãos pobres. «Meu companheiro e colaborador», como escreveu o apóstolo na segunda carta aos Corintos. Companheiro dos momentos importantes, como a famosa reunião do concílio de Jerusalém, que tratou da necessidade de renovação e diversificação dos ritos devido a evangelização no mundo pagão. Tito, porém, foi também um mediador persuasivo, e entusiasmou Paulo resolvendo uma grave crise entre ele e os Corintos. Enviado por São Paulo a Corinto com a tarefa de reconduzir aquela indócil comunidade à obediência, Tito restabeleceu a paz entre a Igreja de Corinto e o Apóstolo, que lhe escreveu nestes termos: «Deus, porém, que consola os humildes, consolou-nos com a chegada de Tito, e não só com a sua chegada mas também com a consolação que ele tinha recebido de vós. Contou-nos ele o vosso vivo desejo, a vossa aflição, a vossa solicitude por mim… Foi por isso que ficamos consolados» (2 Cor 7, 6-7.13). Entre os anos 64 e 65, tendo sido libertado da prisão romana o apóstolo Paulo foi com ele para a ilha de Creta, onde fundou uma comunidade cristã, que confiou a Tito. Mais tarde, visitou a Paulo em Nicópolis. Voltou novamente à Ilha de Creta, onde recebeu uma carta do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados. Depois, retornou à Roma para se avistar com o apóstolo que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo a tradição mais antiga, Tito permaneceu como bispo de Creta até sua morte, que ocorreu em idade avançada, por causa natural e não por martírio, em Creta no ano 105 depois de Cristo. Ele teria conservado a virgindade até a morte. São Paulo o chama repetidamente «meu companheiro e colaborador», e na segunda carta aos Corintos, num momento de especial amargura, diz: «Deus me consolou com a chegada de Tito».
É invocado como padroeiro dos livres pensadores e protetor dos canhotos.


São Timóteo e São Tito,

rogai por nós!


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